Rótulos que Marcam
- Karina Dubiniak
- 20 de nov. de 2020
- 2 min de leitura
Atualizado: 20 de jan. de 2021
Já ouviu falar de rótulos?, não aquele das embalagens de produtos, e sim de rótulos de pessoas. Rotular significar dar características a alguém.
É isso mesmo, rotular as pessoas é mais comum do que imaginamos e nem percebemos ao fazer, mas quando recebemos esses rótulos aí percebemos.
Veja a imagem abaixo, com rótulos que machucam e marcam.

O meu foco são os rótulos ditos para as crianças; se os adultos soubessem o quanto marca, machuca e aprisiona, principalmente quando dito por pais, cuidadores e educadores, pois a criança acredita que o adulto só diz a verdade e quando essas palavras são ditas e referidas à elas, essas a tomam como reais.
Ninguém gosta de ser chamado de tonto e chorão, mas isso para uma criança acaba se tornando verdade. As palavras ditas tem um profundo poder, principalmente para quem está ouvindo diretamente.
Já percebeu quando diz para alguém que ela é chorona aí que chora mais ainda?!
Outro ponto é a pessoa ouvir essas palavras e lutar para não ser como foi rotulada, dessa maneira deixa de se expressar, ou tem dificuldade de expressão, passa a ter sentimento negativo e ruim concernente a si mesmo, isso no adulto já é um problema, imagina na criança que ainda está em desenvolvimento e em constante aprendizado pessoal e social, podem ocorrer consequências terríveis que serão levadas para a vida adulta.
As palavras ditas como positivas, boas, na verdade podem também serem rótulos, com boazinha, se usada de forma e momento incorreto gera e cria o significado mental diferente do esperado.
Vou exemplificar...
Você vive dizendo para criança que ela é boazinha: "Você fez algo errado agora, mas você é tão boazinha, como pode fazer isso?!". Ela acaba assimilando que é boazinha e mesmo num momento de briga com outra criança ela não reconhece ser a errada porque é boazinha e pessoas boas não fazem coisas ruins, e quando é repreendida argumenta ser boazinha.
Por isso que rótulos marcam e trazem consequências que distorcem a realidade da criança/adulto.
Então você me pergunta, o que fazer e evitar o rótulo?
Se disser que é algo simples... Use o momento... Vou dar um exemplo:
Em uma determinada situação nas atividades escolares a criança não sabe fazer ou dá resposta errada, diz não saber; muitos pais num momento de fúria e cansaço acaba chamado o filho de burro, a criança gera um bloqueio mental que não a permite mais pensar na resposta correta e achar a solução, pois seu pensamento fixou que é burra e que não faz nada certo, e isso levará até mesmo para outras situações do cotidiano.
Um modo de agir correto diante de situações assim, é se acalmar e acalmar a criança, seja sincero e creia no que irá dizer para ela. Nesse caso acima poderia ser feito da seguinte maneira:
"Sei que esta lição está complicada de ser solucionada, sei que você é capaz de aprender, talvez um pouco mais de observação no assunto e a solução chegará"
O melhor é usar o momento para gerar confiança, focar na solução, pontuar com clareza e respeito.
Assim como quando uma criança bate em outra, pontuar o que o bater faz e enfatizar o que deseja: "Quero que seja legal com seu amiguinho, bater machuca ele".
Vamos rotular menos!
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